segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Filtro dos Sonhos Rústico




“Uma aranha fiava sua teia próxima à cama da avó (Nokomi). Todos os dias a avó observava a aranha trabalhar. Um dia, o neto entrou e, ao ver a aranha na teia, pegou uma pedra para matá-la, mas a avó não deixou. O garoto achou estranho, mas respeitou o desejo dela. A velha mulher voltou-se para observar mais uma vez o trabalho do animal e, então, a aranha falou: ‘Obrigada por salvar minha vida. Vou dar-lhe um presente por isso. Na próxima Lua nova, vou fiar uma teia na sua janela. Quero que você observe com atenção e aprenda como tecer os fios, pois esta teia vai servir para capturar todos os maus sonhos e as energias ruins. O pequeno furo no centro vai deixar passar os bons sonhos e fazê-los chegarem até você’.Quando a Lua chegou, a avó viu a aranha tecer sua teia mágica e, agradecida, não cabia em si de felicidade pelo maravilhoso presente: ‘Aprenda’, dizia a aranha. Finalmente, exausta, a avó dormiu. Quando os primeiros raios de sol surgiram no céu, ela acordou e viu a teia brilhando como jóia graças às gotas de orvalho capturadas nos fios. A brisa trouxe penas de pomba que também ficaram presas na teia, dançando alegremente e, por último, um corvo pousou na teia e deixou uma longa pena pendurada. Por entre as malhas da teia, o Pai Sol sorria alegremente. E a avó, feliz, ensinou todos da tribo a fazerem os filtros de sonhos. E até hoje eles vêm afastando os pesadelos de muita gente”.

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